Mudança de hábito: como tornar esse processo mais fácil?

Mudança de hábito: como tornar esse processo mais fácil?

Por Tamyra Pinheiro

“Para ter resultados diferentes é preciso ter ações diferentes”. A frase bastante comum expressa o desejo de muitas pessoas, mudar algo para melhorar no trabalho, nos estudos, relacionamento ou qualquer área da vida; só que promover essa mudança, mesmo que seja para melhor nem sempre é como virar uma chave.

A auxiliar em serviços de saúde Lidiana Araújo, tentou mudar algumas ações aproveitando a nova rotina imposta pela pandemia, como as escolas fecharam o estágio no período da manhã ficou suspenso e restou o trabalho à tarde. O que ela pensou foi em aproveitar o período fora do estágio, para iniciar uma nova atividade.

“O meu plano era de realizar atividade física em casa, só que não consegui concretizar. Acabei me envolvendo muito com atividade doméstica, mudei minha rotina e comecei a fazer almoço todos os dias, o que ocupa uma boa parte do meu tempo. Além disso, passei a fazer trabalhos e provas da faculdade em casa e estou ocupando todo o meu tempo com outras coisas que não era o meu plano inicial”, contou.

O Master Coach e Analista Comportamental, Gleib Rezende explica por que nem sempre é fácil mudar hábitos. “Para mudar um hábito, não basta apenas mudar uma forma de fazer ou uma ação determinada é preciso mudar todas as vezes que aquela situação for solicitada, até que esta ação esteja sendo realizada automaticamente”.

Mas se engana quem pensa que a ação é um ato isolado, o pensamento é quem determina essa mudança. “Para mudar uma forma de agir temos primeiramente mudar a forma de pensar ou o modelo mental, que é a forma que lemos e interpretamos os cenários e ocorrências à nossa volta. Não se muda hábito ou comportamento sem mudar a forma de pensar ou mindset“.

Assim devemos entender que a ação nasce do entendimento que cada indivíduo tem sobre algo, diz Gleib reforçando que “o entendimento gera o pensamento e o pensamento gera a ação, se você não muda a forma como enxerga ou interpreta algo, a tendência é continuar com os mesmos pensamentos, as mesmas ações e os mesmos resultados ou até mesmo procrastinando algo importante”.

Entendendo como mudar uma ação, o seguinte passo é transforma-la em um hábito. “Hábitos são ações feitas repetidamente. A grande maioria das pessoas faz algo diferente apenas uma vez e já quer ver o resultado. Porém, é preciso no mínimo 21 dias, repetindo todos os dias aquela ação para que ela vire um hábito e consequentemente um novo comportamento pré-instalado. Essa repetição faz com que a ação caia numa espécie de piloto automático, que é quando começamos a fazer algo de forma intuitiva”.

“Exemplo disso é uma pessoa que está aprendendo a dirigir e tem que ficar se familiarizando com os controles, o que fazer, ela fica super ligada. Quando uma pessoa dirige há certo tempo, todos seus atos são automáticos, os controles são intuitivos”.

Gleib dá algumas dicas que podem facilitar esse processo de mudança e construção de um novo modelo mental, como fazer boas leituras ou ouvir opiniões que estejam relacionadas à mudança que se quer alcançar, se colocar em uma situação de desafio, quebrar sua rotina vez ou outra, conversar com pessoas que já fazem ou chegaram onde se deseja.

Ele também alerta quanto ao comprometimento e dedicação. “Deixar de fazer algo que já faz parte de sua rotina, causa incômodo e exige um dispêndio muito maior, pois a pessoa terá que quebrar conceitos e rotinas que lhe fizeram chegar aonde chegou, dando-lhe certa tranquilidade hoje. Nesta hora, nossos sabotadores internos e externos “gritam” alto”.

Redação