Grávidas só podem tomar vacinas da Pfizer ou CoronaVac, decide Ministério da Saúde

Grávidas só podem tomar vacinas da Pfizer ou CoronaVac, decide Ministério da Saúde

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que as grávidas que tomaram a primeira dose da vacina AstraZeneca não podem tomar um imunizante diferente na segunda dose

O Ministério da Saúde anunciou, nesta quinta-feira (8), que mulheres grávidas sem comorbidades devem evitar as vacinas da AstraZeneca/Oxford e da Johnson contra a Covid-19. A indicação da pasta, é que as grávidas tomem os imunizantes da Pfizer ou a CoronaVac.

No anúncio feito em coletiva de imprensa pela manhã, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou ainda que as grávidas que tomaram a primeira dose da vacina AstraZeneca não podem tomar um imunizante diferente na segunda dose.

Quem já tomou a Astrazeneca, deve fazer o quê?

As grávidas que tomaram a primeira dose da AstraZenica há menos de 15 dias, devem observar qualquer tipo de reação que tenha relação com trombose: falta de ar, dor no peito, inchaço na perna e dor abdominal persistente, além de dor de cabeça persistente e visão turva. Nesses casos, é preciso consultar o médico imediatamente. Se já foi imunizada há mais de 15 dias e não teve nenhum dos sintomas acima, as grávidas não precisam mais se preocupar.

Queiroga lembrou ainda que a combinação de vacinas – receber a primeira dose de uma seguida da segunda dose de outra – não está autorizada nem em gestantes, nem em nenhum público.

A combinação da primeira dose da AstraZeneca com a segunda dose da Pfizer em grávidas já havia sido autorizada nos estados do Rio de Janeiro e Ceará. No caso do Ceará, a autorização também foi estendida a puérperas.

Mesmo antes da nova orientação do ministro, vários municípios já vacinavam grávidas sem comorbidades. Na terça-feira (6), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também já havia recomendado que grávidas não recebessem as vacinas de vetor viral.

O ministro afirmou que os municípios têm autonomia, mas “não para mudar o cerne do que foi discutido na política tripartite”. “Não pode ficar criando esquemas vacinais diferentes de maneira discricionária sem ouvir o Programa Nacional de Imunizações”, disse Queiroga.

Reações provocaram decisão da Saúde

Para entende melhor essa decisão do Ministério da Saúde, em maio deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu suspender temporariamente o uso da vacina AstraZeneca/Oxford, produzida pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), em grávidas e puérperas – período de 40 a 45 dias após o parto.

A medida foi tomada após a morte de uma gestante carioca de 35 anos imunizada com a AstraZeneca. Na ocasião, a Anvisa afirmou que não foi comprovada a relação da morte da jovem, grávida de 23 semanas, mas ainda assim proibiu, desde então, que grávidas tomem o imunizante.

Segundo dados do governo federal, as complicações causadas pela Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, já tirou a vida de mais de 400 grávidas no Brasil só este ano.

A secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, presente à coletiva, disse que das 3 milhões de grávidas no Brasil, 313.235 já foram vacinadas contra a Covid-19, o equivalente a cerca de 10% das gestantes brasileiras.

Cerca de 201.452 foram imunizadas com a vacina da Pfizer, outras 63.581 a CoronaVac e 48.202 receberam a AstraZeneca.

De acordo com Rosana Leite, entre as imunizadas, com qualquer vacina, foram identificados 439 eventos adversos. Desses, 24 foram graves. Entre eles, houve quatro  mortes, mas três não tiveram relação com a vacina.

Fonte: Cut

Redação