Como se adaptar ao novo normal? Empreendedores se reinventam e criam oportunidades durante a crise
Por Tamyra Pinheiro
As medidas de isolamento para contenção da pandemia da Covid -19 fizeram a população no Brasil e no Mundo mudar de hábitos. Muitos aguardam toda essa situação passar, acreditando que tudo vai voltar ao normal. Mas será que tudo volta ao normal?
Segundo o Master Coach e Analista Comportamental Gleib Rezende, por mais que todo esse momento de pandemia passe, aquele normal que muitos conheciam não será possível mais voltar.
“Muitos perderam seus postos de trabalho, o processo de quarentena criou novos hábitos nas pessoas e nas empresas e a internet ganhou um papel de mais destaque nesse processo”, diz Gleib, esclarecendo que, apesar do cenário negativo para alguns, o momento não é para ser pessimista e sim buscar ser proativo, observando o quanto estamos nos preparando para esse “novo normal”. Para isso, ele traz algumas dicas que podem ajudar nessa adaptação.
Algumas empresas ainda não conseguiram reagir, outras estão se fortalecendo, principalmente na web. A principal dica para o momento é: adaptar-se o mais rápido à essas novas relações de consumo.
“A Internet criou uma gama ainda maior de adeptos. Pessoas que não eram tão conectadas passaram estar mais tempo no mundo online e, consequentemente surgiu uma forma diferente de consumir conteúdos e produtos e quem não aproveitar essa situação, pode ficar para traz”, afirma.
Em função da restrição das aglomerações e o temor espalhado, muitas empresas não podem manter suas atividades normais ou o próprio público consumidor esta preferindo não sair do seu espaço seguro. Assim a pergunta é: como manter o contato com o cliente? Usando a metáfora “se Maomé não vai até a montanha a montanha vai até Maomé”.
“Essa é uma das saídas, ir até o cliente, fazer dessa fragilidade uma oportunidade de negócio, implementando um e-commerce, serviços de deliverys, opções por meio de aplicativos novos ou já existentes. Ou seja, inovar, reinventar o seu negócio, com a certeza que esse é um caminho que não será somente para o período de crise e sim um novo canal entre fornecedor e cliente”.
De acordo com Gleib, “entrar no mundo do e-commerce pode ser uma ótima saída. Porém, demanda uma capacidade maior de investimento financeiro e de tempo. Outra opção é utilizar os serviços já disponíveis nas plataformas de vendas e deliverys ou as redes sociais como WhatsApp, Telegram, Instagram, Facebook, entre outros que são opções mais rápidas e com menor custo”, pontua ele.
Para quem deseja desenvolver e investir no modelo de e-commerce uma dica é utilizar do suporte que o SEBRAE fornece por meio do programa SEBRAE TEC, com auxílio para micro e pequenas empresas no desenvolvimento tecnológico inclusive com subsídio para alguns casos.
É certo que empresas e profissionais estão tendo que aprender com esse “novo” e nesse sentido a orientação para ambos é que passem por algumas adaptações e ajustes em sua tomada de decisões.
“É preciso levantar os indicadores contábeis/financeiros, conhecer a realidade financeira do empreendimento e estabelecer ajustes necessários mesmo que estes não sejam fáceis, como cortar gastos. A sugestão é atacar as despesas e custos fixos primeiro, pois estes comprometem mais o ponto de equilíbrio do negócio. Depois é preciso fazer uma analise do mercado e do seu público consumidor para saber qual a melhor forma de chegar até ele levando em consideração a capacidade de investimento”.
Dentro dos casos de sucesso apontados por Gleib, algumas empresas que têm obtido bons resultados estão buscando consultores ou mentores que as auxiliam neste momento, além de investirem em capacitação do próprio gestor, como da equipe que atualmente tem sido oferecida em abundância neste universo online de forma paga ou gratuitas.
Para o analista comportamental, esse é um momento de transição que exigirá muita flexibilidade e habilidade em experimentar o “novo”. Também é preciso considerar o medo, a insegurança, o tempo de duração da pandemia que ainda é incerto e algo que não podemos desprezar que é o tempo de recuperação e adaptação a que seremos submetidos.
“O importante é sermos proativos, não desperdiçar o tempo que temos sem produzir um novo conhecimento e buscar ascender um olhar diferente, uma nova visão, para aqueles que estão apenas esperando tudo isso passar para poderem voltar a produzir ou se mexer. Pois talvez aquele normal que você espera não exista mais”, finaliza.