Fome e endividamento fazem pessoas pobres principais reféns da miséria no Brasil

Fome e endividamento fazem pessoas pobres principais reféns da miséria no Brasil

Por Maria do Carmo Ribeiro, estudante de Jornalismo

No Brasil duas coisas em comum, fome e endividamento, fazem as pessoas pobres a cada dia mais reféns da miséria. Uma pesquisa da Serasa aponta que 75% das famílias brasileiras estão a cada dia mais reféns da miséria.

Segundo a pesquisa, o desemprego é o maior motivo para o endividamento, pois, três em cada dez inadimplentes estão sem trabalho e, apesar das dificuldades que enfrentam, elas têm vergonha de falar sobre o assunto, mas há quem pergunta como uma forma de justificativa, “se temos apenas o cartão como uma saída, como sobreviver sem dever?”, foi o que indagou a senhora S. Maria (ela não quis se identificar), mas disse que tem 36 anos e é mãe de 3 filhos e, tanto ela, quanto o marido estão desempregados desde agosto do ano passado.

Segundo ela, “até antes da pandemia a gente trabalhava, mas no decorrer do ano passado mesmo, fomos dispensados e agora fazemos bicos, a gente tem cartão e, fomos usando o limite e agora vamos pagando juro sobre juro e quando o limite é liberado, a gente compra alimentos e vai sobrevivendo”, disse ela.

De acordo com a pesquisa do Serasa, 88% das pessoas entrevistadas disseram ter vergonha de dever e que por causa das dívidas, essas pessoas têm vários outros motivos que atrapalham o andamento normal de suas atividades cotidianas, seus relacionamentos e até atingem a autoestima delas.

Um feirão de negociação de dívidas, que foi organizado pela Serasa em 2021, também aconteceu em Palmas, no objetivo de as pessoas limparem seus nomes. Segundo Sarah “eu fui lá no Feirão e fiz uma negociação, agora estou lutando para pagar as parcelas, só que não está fácil”, enfatizou a dona de casa.

Em junho de 2021 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) apontava que, considerando o valor médio de R$ 250 estabelecido para o auxílio emergencial, já se previa uma taxa de extrema pobreza acima de 9% (19,3 milhões de pessoas) e a de pobreza quase 29% (61,1 milhões de pessoas).

Redação