Confere Música discute acessibilidade, carreiras femininas e fortalecimento do mercado musical independente em sua 5ª edição
Com uma programação que abordou temas importantes para a cadeia produtiva da música independente, a 5ª edição da Confere Música realizou oficinas e mesas de debate, promovendo discussões sobre acessibilidade, representatividade feminina num evento gratuito e aberto ao público.
Entre os dias 31/10 e 02/11, a Confere reuniu os participantes na Universidade Federal do Tocantins (UFT), em Palmas. Realizado com incentivo da Lei Paulo Gustavo, o evento teve como um de seus destaques a oficina “Como fazer eventos acessíveis”, ministrada pelo criador da plataforma “Além da Rampa”, Eduardo Victor.
A imersão conduzida pelo influencer, discutiu estratégias práticas para a inclusão de pessoas com deficiência em eventos culturais, tratou de pontuar o que é acessibilidade e respondeu questionamentos de quem participativa do evento.
Um diferencial desta edição foi a presença de participantes surdos e mudos, que contribuíram com depoimentos e relataram suas experiências sobre como vivenciam a música e eventos culturais em um ambiente adaptado. Este ano, a Confere teve a presença de um intérprete de Libras garantindo a interação e a troca de informações.
A mesa “Ocupando todos os espaços na música: Carreiras femininas neste mercado” trouxe reflexões sobre a representatividade de mulheres na indústria musical. Moderado pela co-criadora e organizadora da Confere Música, a jornalista Cecília Santos, a mesa teve a participação da jornalista e produtora cultural da Siá Produções Criativas, Ana Elisa Martins e da engenheira e técnica de som, Flora Guerra, fundadora da Maré Áudio Criativo, com mais de 15 anos de experiência no setor.
O debate abordou os desafios enfrentados por mulheres no setor e ressaltou a importância de ampliar o protagonismo feminino em diferentes áreas da música. No último dia do evento, Flora também ministrou uma oficina de técnica de áudio, onde apresentou conceitos básicos de gravação, mixagem e masterização.
Para Cecília Santos, nesta edição, a programação foi estruturada para contemplar a diversidade do público e garantir a inclusão de participantes de diferentes perfis. As inscrições priorizaram vagas para mulheres e pessoas LGBTQIA+, reforçando o compromisso do evento com a democratização do acesso ao conhecimento no mercado musical.
“O objetivo foi proporcionar um espaço de aprendizado e troca de experiências, garantindo que a inclusão fosse uma prática concreta e não apenas uma discussão teórica. A participação de pessoas com deficiência reforçou a necessidade de pensar eventos que atendam a todos”.
Segundo Philipe Ramos, também co-criador e organizador, a Confere Música tem um papel importante no fortalecimento do mercado musical local. “A Confere Música é uma oportunidade para construir redes e gerar impacto real na produção cultural do Tocantins. Trabalhamos para oferecer ferramentas que possibilitem a transformação da música independente em uma cadeia mais acessível, diversificada e colaborativa”.
A Confere Música 2024 foi realizada com recursos da Lei Complementar nº 195/2022, em parceria com o Ministério da Cultura e a Secretaria da Cultura do Estado, e contou com o apoio institucional da Universidade Federal do Tocantins.