Dirigentes se mobilizam contra corte orçamentário das universidades, reitor da UFT destaca sobre impactos para retorno das aulas em 2021
Com o anúncio do Ministério da Economia sobre o possível corte de R$ 4,2 bi no orçamento do Ministério da Educação para 2021, despertou muita preocupação nos dirigentes educacionais. Levando em conta o atual cenário, o retorno das atividades já vai sofrer com a desvantagem na necessidade de adequação nas formas de ensino, o que exige mais recursos.
Em ofício, a Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) apontou que o montante referente a redução orçamentária representa 18,2% em comparação a 2020. Para as universidades públicas e institutos federais o corte equivale a R$ 1 bi nos recursos, o que vai impactar bruscamente na manutenção das atividades no próximo ano, dificultando ainda mais o retorno às aulas.
Em entrevista à rádio CBN Tocantins o reitor da UFT, Luís Eduardo Bovolato, revela preocupação com relação a situação destas instituições no próximo ano “São 18,2% a menos no nosso orçamento, um corte linear nas despesas, envolvendo também os recursos de assistência estudantil, nos preocupa bastante, isso traz uma dificuldade imensa no ponto de vista de manutenção das nossas atividades pro exercício de 2021”.
A decisão ainda vai entrar em debate no congresso nacional, enquanto isso os dirigentes das instituições federais de ensino superior, estão na busca da não redução no orçamento “A Andifes tem se mobilizado e conversado com as várias instituições, em uma movimentação política, há ainda um espaço de diálogo no executivo, para tentar reverter, tentar a recomposição desse orçamento. Essa proposta de lei orçamentária vai pro congresso, onde vai ser debatido, nosso objetivo é tentar mobilizar as diferentes categorias, a representação das bancadas de todos os estados, para que a gente possa ter respaldo deste pleito” informou Bovolato.
O reitor ainda destaca que o corte irá afetar de forma direta as modalidades de ensino, pesquisa e extensão “Isso impacta diretamente as nossas atividades finalísticas, então aquilo que a gente pensa de ensino, de extensão e de pesquisa serão fortemente impactados, e nossa grande luta e pra tentar pelo menos a recomposição para que tenhamos em 2021 o mesmo orçamento que tivemos em 2020, que já é um orçamento menor” disse.
Coronavírus e a Universidade
O retorno nas atividades de ensino superior nas universidades federais, já seria conturbado devido aos impactos causados pela pandemia, uma volta segura exige uma reorganização e uma preparação do espaço e dos profissionais, o que resulta em mais gastos.
“Sem dúvidas em função de todo o cenário que a pandemia nos trouxe, é uma situação de necessidade de maiores investimentos para que as universidades possam se adaptar e implantar os devidos protocolos de segurança, o investimento na infraestrutura e na tecnologia da informação, para inclusão digital. No momento que nós mais precisamos de recursos os orçamentos se reduzem” pontuou Bovolato.
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