#30M: Ataque de grupo bolsonarista à ação de jovens no Dia Nacional em Defesa da Educação
Isabella Santa Rosa
Durante a ação de jovens do coletivo Kizomba “Vida, pão, vacina, educação e Fora Bolsonaro”, intervenção contra o governo Bolsonaro e suas ações no combate à pandemia, na tarde de ontem, 30, os estudantes foram atacados por um grupo de bolsonaristas, que retiraram e, entre várias ameaças, colocaram fogo na faixa fixada pelos manifestantes na passarela de pedestres em Taquaralto.
Em vídeo das redes sociais, um dos organizadores, Guilherme Barbosa, conta que antes de ser queimada, a faixa já havia sido retirada uma vez, “a gente está sofrendo várias ameaças, inclusive a faixa já foi removida por bolsonaristas fascistas, e agora a gente volta a receber ameaças porque a gente colocou de novo”, relatou Guilherme, que também é secretário de juventude do PT Tocantins.
Os grupos bolsonaristas organizados foram até o local e, em vídeos também publicados em redes sociais, queimaram a faixa enquanto defendiam o presidente.
A faixa continha os dizeres “Vida, pão, vacina, e educação. Fora Bolsonaro genocida. 314.000 mortes” e fez parte de uma ação integrada de diversos movimentos sociais, entre eles a Kizomba, a UNE e UBES, o coletivo Enegrecer e algumas mulheres da Marcha Mundial das Mulheres, em manifestação ao Dia Nacional em Defesa da Educação.
Durante o ataque, uma das jovens relata que sofreram ameaças graves, “ durante a tarde, por volta das 14h45, chegaram nos atacando, pedindo para retirar a faixa e depois da gente brigar, da Guarda Metropolitana tentar mediar, eles estavam fazendo a segurança da vacinação acontecendo próximo, até por isso a gente não esperava um ataque tão violento, com tanto ódio assim, principalmente se tratando de homens que tem a idade para ser nossos pais”, contou a jovem, “eles retiraram a faixa e nós colocamos depois que eles foram embora, aí mais ou menos uma hora e meio depois eles retornaram, com mais homens, mais violentos, rasgaram a nossa faixa, queimaram a faixa, enquanto circulava nos grupos de whatsapp que voltariam armados, que bateriam na gente”.
O presidente do PT Tocantins, deputado estadual Zé Roberto Lula, denomina o ataque como uma ação que fere a democracia e o direito de se posicionar da população, “é necessária uma ação conjunta e urgente para combater o avanço do neofascimo”, completou.
O Partido dos Trabalhadores já acionou o Ministério Público Estadual do Tocantins (MPTO) para investigar essa ação terrorista.
O Coletivo de Juventude Kizomba Tocantins publicou uma nota de resposta. Leia na íntegra:
NOTA DE RESPOSTA E INDIGNAÇÃO
Coletivo de Juventude Kizomba
Nós, juventude do coletivo Kizomba, viemos por meio dessa nota responder com indignação aos ataques e ameaças direcionados à nós por grupos bolsonaristas de Palmas.
Hoje, dia Nacional de Mobilização por vida, pão, vacina, educação e Fora Bolsonaro, de forma passadiça , sem qualquer dano ao patrimônio público, estendemos uma faixa na passarela de Taquaralto denunciando as mais de 314 mil mortes por Covid decorrentes do descaso do governo genocida de Jair Bolsonaro.
Essa faixa gerou uma movimentação tão expressiva que um grupo de bolsonaristas com expressões e atitudes fascistas foi até o local nos ameaçando e arrancando a força a faixa. Além disso, cometeram agressões verbais de cunho machistas, racistas e homofóbicos, principalmente as companheiras mulheres , destilando todo seu ódio e misoginia. Os guardas metropolitanos que compareceram no local nos alertaram do perigo eminente de manter a faixa ali, já que poderia acontecer um confronto direto, com possibilidade do outro grupo estar armado.
Esse mesmo grupo, logo depois, postou vídeos em suas redes sociais nos ameaçando e ATEANDO FOGO na faixa em um nítido ritual fascista. O ex-candidato a vereador Pastor Nelcivan se fazia presente no local em apoio ao grupo Bolsonarista e também nos atacando. Outro ex-candidato a vereador, Lucas Belinelle, que comandou o ataque no local, nos ameaçou de morte, nos convocando para um confronto direto, por meio da frase: “ venham preparados para matar ou morrer”. Isso nos remete a tempos difíceis da ditadura militar no Brasil, onde o direito à manifestação era reprimido por grupos antidemocracia.
Repudiamos essa ação intimidatória e tomaremos as devidas medidas de proteção legais. Convocamos todas as pessoas, organizações sociais, políticas e movimentos sociais de Palmas para se somar à esse movimento de defesa da democracia. Da luta não nos retiramos!
#ForaBolsonaro
#VidaPãoVacinaeEducaçao