Nutrição e oncologia: alimentação na prevenção e tratamento do câncer

Nutrição e oncologia: alimentação na prevenção e tratamento do câncer

Tamyra Pinheiro

Que seu remédio seja seu alimento e que seu alimento seja seu remédio”. Mesmo sendo um pensamento dito por Hipócrates há mais de 2400 anos atrás, nunca esteve tão atualizado, sendo cada vez mais reforçado pela ciência, onde comprovam que ter uma alimentação saudável, ajuda na prevenção e combate a doenças.

Alinhada com esse pensamento a Quavi Biomercado está apoiando à campanha: Julho Verde, que tem como objetivo a conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço e a importância da prevenção.

De acordo com a nutricionista Paola Guerra, a nutrição está completamente ligada à oncologia, tendo papel fundamental na prevenção, tratamento e o pós-tratamento de pacientes com câncer.

Na prevenção o alimento funciona como um medicamento que ajuda a prevenir ou até mesmo retardar doenças nos casos de quem tem fatores genéticos. Existem alimentos que previnem a formação de radicais livres e tem ação anti-inflamatória, quando inserimos em uma alimentação mais saudável conseguimos prevenir não só o câncer como outras doenças”, diz.

Nesse sentido a nutricionista recomenda evitar alguns alimentos como embutidos e enlatados, substituir o açúcar branco pelo mascavo ou demerara que são ricos em minerais e consumir alimentos conhecidos como funcionais, entre eles estão:

Linhaça dourada: Tem ação anti-inflamatória, proteção cardiovascular, melhora a função do intestino, ajuda a reduzir o colesterol, triglicerídeos e níveis de glicemia. Uma ou duas colheres de sopa por dia já garantem esse benefício.

Chá verde: O consumo regular causa a redução do processo inflamatório no organismo, auxiliando na prevenção do desenvolvimento de doenças cardiovasculares e crônicas.

Azeite extra virgem: Entre as propriedades consagradas, estão a redução das taxas de LDL (mau colesterol) e elevação de HDL (bom colesterol) e proteção do estômago.

Cúrcuma: Contém substâncias antioxidantes e com propriedades anti-inflamatórias, apresenta benefícios digestivos e cardiovasculares.

Castanha do Pará: Uma ou duas unidades por dia, são suficientes para suprir a quantidade de selênio recomendada. Também contribui com o sistema cardiovascular, ajuda a baixar o colesterol, é boa para a imunidade e ativa o metabolismo da tireoide.

Cereais integrais (aveia, quinoa, chia): fonte de fibras que auxiliam na digestão, função intestinal e ajudam a limpar as toxinas do corpo.

Óleo de abacate: Contém uma substancia chamada beta-sitosterol que é anti-inflamatória e regula os níveis de hormônio do organismo.

Porém a nutricionista alerta: “O alimento funcional deve ser usado diariamente como se fosse um remédio”.

A médica cirurgiã de Cabeça e Pescoço Rayla Souza, confirma que a alimentação é extremamente importante para o tratamento e recuperação dos pacientes.

Não conseguimos um tratamento adequado na cirurgia, quimioterapia ou radioterapia se o paciente não estiver com uma dieta adequada no pré-tratamento, durante e pós-tratamento” diz a médica explicando algumas situações que são comuns para esses pacientes de câncer de cabeça e pescoço que atingem boca, língua, bochecha, laringe, faringe, etc.

Muitas vezes precisam usar sonda ou gastrostomia, necessários se o paciente não for capaz de ingerir a comida pela boca. A radioterapia causa diminuição da quantidade de saliva na boca e durante algum tempo necessitam de alimentos líquidos e pastosos, além de outras reações como perda do apetite, enjoos e náuseas que interferem no ato de se alimentar. O cuidado com a alimentação é fundamental, precisamos dos pacientes com tecido muscular fortificado e que esteja seguindo uma alimentação adequada do inicio ao fim do tratamento”.

Paola Guerra reforça que o ideal é iniciar uma dieta no pré-operatório para o paciente não desnutrir no pós-operatório e ressalta que com alimentação é possível melhorar os sintomas.

“Na alimentação via oral a recomendação para pacientes é comer tudo que for mais natural possível, se o paciente não consegue comer pela boca, quando alimento deve ser líquido ou pastoso, vamos tornar essa alimentação mais rica em proteínas para que o paciente não fique desnutrido até que possa voltar a se alimentar normalmente”.

As duas profissionais asseguram que alimentação ajuda no processo de cicatrização da cirurgia e na reabilitação do paciente.

“Os pacientes questionam a demora na cicatrização, abertura de fístulas, fraqueza muscular, sendo a nutrição parte fundamental para  reverter essas complicações”, relata a médica cirurgiã.

Paola finaliza explicando que, “no pós-tratamento a alimentação adequada ajuda a recuperar a massa magra perdida por causa do estresse gerado pela doença e pelas reações do tratamento,  contribuindo para que o paciente volte a ter uma alimentação normal com mais qualidade de vida”. 

Redação