Manifestação por justiça no caso Mariana Ferrer acontecerá este sábado, 7, em Palmas

Na cidade de Palmas, neste sábado, 7, às 15h, na praça dos girassóis está marcada a manifestação em prol do caso de Mariana Ferrer, referente a  decisão do juiz Rudson Marcos, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina em absolver André Aranha. Para o Ministério Público, Aranha cometeu “estrupo culposo” quando não há a intenção de estuprar, decisão essa que não possui qualquer embasamento na justiça brasileira.

O caso Mari Ferrer ganhou as mídias nos últimos dias, alcançando os trending topics do twitter, após a divulgação das imagens de uma das audiências do caso, onde a conduta antiética do advogado de André, Cláudio Gastão da Rosa Filho em buscar desqualificar a vítima a fim de culpabilizar a mesma causou revolta na população o que gerou grande visibilidade ao caso. A busca por justiça para Mariana despertou uma comoção nacional que resultou em manifestações que irão acontecer por todo país nos próximos dias, incluindo a capital tocantinense.

Para a estudante de psicologia e organizadora da manifestação em Palmas, Thais Vilela, acontecimentos como este fere e violenta de forma sistemática as mulheres e a luta feminista “A decisão judicial e o julgamento, se é que podemos chamar assim, representa um retrocesso na luta feminista porque nos faz perceber que não há direito conquistado que nos assegure justiça diante das opressões às quais somos submetidas diariamente nesse sistema machista e misógino. Enquanto estivermos a mercê da decisão de homens sobre nossos corpos e direitos não haverá mudança, seremos subjugadas a ocupar os lugares que designaram para nós, e não podemos aceitar ser sistematicamente violentadas nas mais diversas esferas” afirmou.

Thais ainda reforça que o caso Mari Ferrer não é único e isolado e que a realidade aqui no estado não se difere do restante do país “No estado do Tocantins, para além das estatísticas subnotificadas, não é incomum ver meninas menores de 14 anos grávidas e mulheres de todas as idades que relatam ter passado pela violência do estupro” pontuou.

Recomendações

A manifestação pacífica e apartidária convida a todes a participar, no entanto, devido a atual circunstância a organização deixa claro sobre o uso de máscara e o distanciamento social como obrigatório, alertando também sobre álcool em gel individual. Para quem for, recomenda-se levar um documento de identificação com foto e menores de idade devem ir acompanhados.

O ato tem como principal foco a revisão da sentença, mas também busca dar visibilidade a luta, conscientizar a população sobre tais violências e sobre a importância da denúncia. As concentrações serão realizadas por todo o país, diversas capitais e cidades já estão com data marcada, o movimento a nível nacional exige justiça por Mariana Ferrer. 

Foto: Ricardo Giusti