Bolsonaro pode ir à Guerra contra Venezuela?
Foto: PR | Reuters
O Brasil foi surpreendido nesta quinta-feira, 16 de julho, com a notícia de que o governo de extrema direita de Jair Bolsonaro e as Forças Armadas estão elaborando uma nova política de defesa que incorpora a possibilidade de guerra contra países vizinhos. O texto não menciona o alvo, mas o contexto demonstra que se trata de uma trama, mancomunada com o imperialismo estadunidense, para atacar a Venezuela.
Trata-se de uma mudança chocante de orientação, porquanto documentos anteriores elaborados sob a coordenação do Ministério da Defesa traçando linhas para a atuação das armas nacionais, suas relações com a política externa e os objetivos permanentes do Estado nacional – documentos que no período dos governos progressistas se aperfeiçoaram como peças democráticas e expressão da soberania – foram concebidos com uma visão defensiva e solidária com o entorno geográfico do Brasil.
Ressalvadas algumas situações históricas peculiares, em que vigoraram concepções militares de aliança com o inimigo da pátria, vinculação com a Escola das Américas estadunidense e a visão de segurança hemisférica e guerra fria, a tradição brasileira sempre foi a defesa da paz na região, sobretudo na América do Sul.
Nos tempos republicanos, em apenas uma ocasião, em 1965, o Brasil praticou o desonroso ato de enviar tropas a outro país, a República Dominicana, obedecendo aos desígnios dos Estados Unidos. Pouco mais de uma década antes, houve a tentativa malograda de enviar tropas à guerra na Coreia, o que suscitou uma campanha nacional em sentido contrário, dirigida pelo Partido Comunista do Brasil.
Texto: José Reinaldo Carvalho
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