Comercio varejista do Tocantins tem perda de 360 milhões devido a pandemia; Empresária conta experiência
Mesmo com o empenho dos empresários tocantinenses que têm inovado e criado ferramentas para driblar esta crise, a queda no faturamento do setor do comércio é preocupante.
No Tocantins, a estimativa é de uma queda de 360 milhões, de acordo com uma análise econômica realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No mesmo estudo foi apontado que no país como um todo a perda chega a 106,5 bilhões nas últimas seis semanas.
As perdas coincidem com período onde foram realizados os anúncios de diversos decretos estaduais e municipais determinando o fechamento de estabelecimentos comerciais a partir da segunda quinzena de março, bem como com a adoção do isolamento social.
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o isolamento social, medida que restringiu significativamente a movimentação dos consumidores nas lojas físicas do comércio, foi um dos fatores determinantes para essa queda no cenário nacional.
“Embora a adoção de estratégias de venda através de canais digitais, como o e-commerce, e de serviços de entrega (delivery) tenha reduzido as perdas de receita por conta das restrições impostas às vendas presenciais, as quedas menos intensas a partir do fim de março podem ser atribuídas a um maior fluxo de consumidores nas ruas”, afirmou Tadros.
Renata Raiara trabalha no ramo de vendas de roupas femininas há sete anos e diz que não se lembra de nada parecido com a atual, “Eu nunca vivi uma situação em que até às igrejas precisarem fechar”.
Renata vende roupas e produtos importados e diz que nesses meses que a loja está fechada, vendeu somente para duas clientes. “O resto que está saindo, é somente xampu e coisas de higiene pessoal. A minha venda era 80% de roupas, agora vivo apenas com 20% da minha renda, que é referente à venda de importados”.
Ela diz que precisa se reinventar e cria novos métodos para continuar atendendo suas clientes, “Eu acabei de comprar mercadoria nova, peguei outros tipos de produtos, pra ver se consigo me adaptar ao novo mercado, como as pessoas compravam roupas para sair, e agora não tem mais como, eu tenho que procurar outras coisas, para que eu consiga pelo menos pagar o aluguel e a funcionária, que inclusive está com o pagamento atrasado”, explica ela.