Dia do Feirante: saiba mais sobre esse profissional que ajuda a manter viva a tradição do palmense
Em Palmas, as feiras livres existem desde 1992, quando os primeiros feirantes começaram a comercializar seus produtos de forma improvisada na Arse 24, mas foi em meados de 1993 que a feira passou a funcionar em definitivo na 304 Sul. Desde então, as feiras livres se tornaram tradição na Capital, passando a fazer parte do cotidiano do palmense, seja para comprar alimentos fresquinhos ou artesanato, ou para saborear as comidas tradicionais da região. Atualmente, 1500 feirantes trabalham nas seis feiras existentes em Palmas e muitos deles já são personagens conhecidos pelos frequentadores, com o quais criaram laços de confiança.
E nesta quarta-feira, 25, quando se comemora o Dia do Feirante, é momento de reconhecer o trabalho de quem tem se dedicado a fortalecer a tradição do palmense em frequentar as feiras como um ambiente de lazer e de compras.
Para o funcionário público Antônio Teixeira, a Feira da 304 Sul é um local de parada obrigatória, uma tradição cumprida fielmente todas as terças e sextas-feiras.“Venho toda semana para comprar café, queijo, castanhas, bolo cacete, melancia. Já conheço pelo nome a Maria dos temperos, a Laila do queijo, o rei do café, e muitos outros que não sei o nome, mas reconheço de vista e sou fiel às suas barracas”, lembrou o funcionário, que agora começa a se fidelizar na barraquinha do feirante Raimundo Nonato, de 73 anos, onde compra ovos, linguiça caseira e farinha.
O casal Nonato e Maria do Socorro trabalha nas feiras de Palmas há 30 anos, e conta que começou vendendo rapadura e farinha. “Hoje também vendemos algumas coisinhas que produzimos na nossa chacrinha e vendemos linguiça, frango caipira e porco”, disse Nonato.
Outro frequentador fiel é o comerciante Geraldo Gonçalves, que sempre que vai à feira compra rapadura, laranja, banana, pastel ou bolo frito de milho, mas o que não pode faltar é a tradicional paçoca sem pimenta. “Frequento a feira desde 1998, e só compro dessa paçoca, pois para mim é a melhor”. Os feirantes da paçoca trabalham na feira há 20 anos e ao longo do tempo dizem ter conquistado muitos clientes fiéis.
Comemoração
Para celebrar a data, a organização da Feira da 304 Sul homenageou esses profissionais na terça-feira, 24, distribuindo frutas aos presentes. Para a feirante Regina Antônia Nepomucena, a data é para celebrar. “Sou agricultora há mais de 60 anos, e sou feirante há 15 anos aqui em Palmas e em Porto Nacional. Todos os produtos são da minha própria terrinha”, comemora.
Maria Delsana Vieira, 72 anos, vendedora de hortaliças juntamente com o esposo José Jair dos Santos, 67 anos, também tem orgulho de seu trabalho. “Tenho muito orgulho de ser feirante. Começamos há 30 anos, ainda na feira da Arno 33, onde vendíamos calçados, depois mel, e agora verduras e hortaliças”. Ela ainda relata que por vezes a rotina é exaustiva, mas tem procurado sempre receber seus clientes com simpatia. “Adoro vir trabalhar, porque aqui encontro muitos clientes que são como amigos de muitos anos, quando não venho me sinto muito triste”.
Emprego e renda
Os espaços das feiras em Palmas são economicamente relevantes para o sustento de várias famílias, uma vez que segundo o diretor de Feiras da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Emprego, Emmanoel Marlon, as feiras em Palmas geram mais de 1500 postos de trabalho diretos e cinco mil indiretamente.
O feirante Josivan dos Santos trabalha na feira da 304 Sul há mais de 10 anos e tem três funcionários. Em média, chega a tirar por mês R$10 mil.“Além dos clientes da feira, muitos pegam meu telefone aqui e vão a minha casa para comprar castanhas. Tenho a melhor castanha de Palmas. Só hoje já atendi mais de 10 clientes fiéis que vêm à feira toda semana comprar castanhas”.
Segundo o diretor de Feiras, Emmanoel Marlon, somente na Feira da 304 Sul – Espaço Popular Mário Bezerra Cavalcante, 400 feirantes atendem a um público visitante de mais de 20 mil pessoas por semana, com funcionamento às terças e sextas-feiras, das 8 às 21 horas. No entanto, destaca que com a pandemia esse público reduziu para uma média 9 mil pessoas por semana.
Funcionamento das feiras em Palmas
Feira da 304 Sul (Arse 31) – às terças e sextas-feiras, das 8 às 21 horas.
Feira da 503 Norte (Arno 61) – às quartas-feiras, das 15 às 21 horas.
Feira da 1106 Sul (Arse 112) – às quintas-feiras, das 8 às 21 horas.
Feira da 307 Norte (Arno 33) – aos sábados, das 8 às 21 horas; e aos domingos, das 7 às 12 horas.
Feira do Jardim Aureny I – aos sábados, das 8 às 21 horas; e aos domingos, das 7 às 12 horas.
Feira do Bosque – aos domingos, das 15 às 21 horas.