Dia Internacional da Mulher – Personagens femininas marcam a história dos Correios
Hoje os Correios contam com mais de 22 mil mulheres em seus quadros, de um total de 94 mil de empregados. As mulheres atuam em todas as áreas da empresa, inclusive na distribuição e triagem, atividades desempenhadas com predominância masculina. Na empresa, elas estão engajadas em todas as ações: são carteiras, atendentes, operadoras de transbordo, técnicas, analistas e gestoras.
Mas a trajetória das mulheres nos Correios é antiga, bem antes até da força feminina tornar-se comum no mercado de trabalho. A primeira empregada de que se tem registro atuando oficialmente é do final do século 17. E na condição de administradora dos Correios. Isso mesmo! Em 1696, Luiz Victório de Souza Coutinho da Matta foi nomeado o nono Correio-Mor. Ele herdou o cargo do pai, mas como tinha menos de 25 anos, idade em que se conquistava a maioridade à época, coube à sua mãe, D. Izabel Cafaro, assumir a responsabilidade pela administração das atividades postais no Brasil.
À medida que o serviço postal crescia, mais mulheres chegavam para somar. As fotos mostram mulheres nas salas de telegrafia no início do século 20. Interessante dizer que, em 1890, o Decreto Nº 372- A, primeiro regulamento da República em relação aos telégrafos, criou uma seção técnica que estabelecia que esposas e filhas dos telegrafistas poderiam ser admitidas como suas auxiliares nas estações.
Correios. Vale destacar Maria Luiza Soares Fontes, a primeira mulher a se formar em engenharia elétrica e mecânica no Brasil. Maria Luiza estudou no Instituto de Engenharia de Itajubá (MG) e concluiu o curso em 1950. Ela trabalhou no setor de padronização do Plano Postal, que pertencia aos Correios e Telégrafos, no Rio de Janeiro. No início da década de 60, a engenheira chegou a ganhar uma bolsa de estudos do governo francês para fazer um curso de mecanização postal em Paris.
As mulheres nos selos – Fundamental no registro histórico do país, a filatelia, ao longo dos anos, sempre homenageou as mulheres. Em 2019, a série “Mulheres que Fizeram História” trouxe várias personalidades que marcaram época em várias áreas: Elza Soares, Hortência, Hebe Camargo, Carolina Maria de Jesus, Maria da Penha e Aracy de Carvalho Guimarães Rosa.
Os selos dos Correios já homenagearam, também, personalidades femininas nem tão conhecidas pelo grande público, mas que tiveram atuação fundamental para o Brasil, inclusive para a nossa Independência. Duas delas são as baianas Joana Angélica e Maria Quitéria, protagonistas destacadas por historiadores por sua atuação na sociedade colonial.
Em relação à condição feminina, a vida das mulheres na colônia portuguesa era bastante limitada por uma série de questões relativas aos papéis de gênero da época. As duas personagens possuíam vivências diferenciadas, vinham de setores sociais variados, e, certamente, suas participações nas batalhas emancipatórias da Bahia estão atreladas a motivos individuais diferentes. Apesar disso, envolveram-se nas batalhas pela Independência do Brasil.
Nesse contexto, Maria Quitéria de Jesus esteve presente nas guerras de independência, lutando como combatente. A jovem, passando-se por homem, juntou-se às tropas que lutavam contra os portugueses, em 1822, e utilizou o nome de seu cunhado: era o soldado Medeiros, já que somente homens faziam parte do exército brasileiro. Semanas depois de entrar nos conflitos, Maria Quitéria teve sua identidade revelada. Mesmo assim, permaneceu no exército, por conta de sua habilidade com o manejo de armas.
Já Joana Angélica marcou sua presença na história do Brasil por conta da coragem com que enfrentou as tropas portuguesas dispostas a invadir o Convento da Lapa, localizado no centro da cidade de Salvador. A freira morreu em 1822, assassinada por tropas portuguesas.
Os Correios parabenizam as mulheres que estão à frente desta empresa, responsável pela disseminação da comunicação por todo o País, bem como todas as brasileiras que constroem a força da nossa nação.