Focos de queimadas no estado apresenta redução em 2020
Os meses de estiagem no Tocantins são marcados pelas altas temperaturas e aumento nos focos de queimadas. Em 2020 o Governo do Tocantins intensificou o combate aos incêndios em todos os municípios do Estado, realizando diversas ações com o objetivo de orientar a população sobre os riscos que as queimadas representam para a saúde pública.
De acordo com a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Tocantins (CEPDEC/TO), os últimos dados apontam resultados positivos com a redução das queimadas em todo o Estado se comparado com o ano de 2019. No ano passado o Tocantins registrou 13.281 incêndios florestais de janeiro a novembro, e nesse ano, até o dia 15 de novembro, os números caíram para 11.770, ou seja, o Estado apresentou uma diminuição de 11,38 % nas queimadas.
Se analisado por bioma, os dados mostram que em 2019 o bioma cerrado, que corresponde aproximadamente 87% do território do Estado, apresentou 13.067 focos de queimadas, e nesse ano foram registrados 11.226 focos, e no bioma Amazônia os números foram 214 focos em 2019, e 544 focos em 2020.
Segundo o Superintendente da Defesa Civil Estadual, Tem Cel Erisvaldo Alves “foram realizadas ações preventivas como visitações e distribuição de cartilhas com informativos sobre as queimadas, tudo seguindo os protocolos de segurança que o momento de pandemia exige”. O Cel ainda ressalta que “além dos malefícios que o fogo desordenado pode causar ao meio ambiente, a população ainda teria o agravante da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), que poderia sobrecarregar o sistema de saúde do Estado”.
A Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) em parceria com o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e Defesa Civil, órgãos que integram o Comitê do Fogo do Estado do Tocantins, desenvolveram projetos que buscam, além da fiscalização, a educação ambiental.
Foco no fogo
Dentre as ações realizadas pelas instituições está o projeto Foco no Fogo, que nos meses de julho e agosto desse ano percorreu mais de 900 propriedades, localizadas em regiões apontadas com altos índices de queimadas nos anos anteriores. O mapeamento das propriedades foi possível através de uma parceria entre a Semarh, que utilizou as informações do Cadastro Ambiental Rural (CAR), e o Centro de Monitoramento Ambiental e Manejo do Fogo (Cemaf), da Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus de Gurupi. Os dados com a localização dessas propriedades serviram como norteadores para as equipes realizarem as visitas de forma mais precisa, e assim pudessem chegar a mais pessoas.
Segundo o coordenador do Cemaf, o professor da UFT, Marcos Giongo, “O centro faz o monitoramento das cicatrizes dos incêndios florestais no Tocantins desde o ano 2000 e está finalizando os dados desse ano. Em breve essas informações estarão disponíveis para que seja possível fazer uma análise mais precisa da situação do Estado”. Ainda segundo o professor “além do trabalho de monitoramento via satélite, também são realizadas validações e verificações em campo, ou seja, são informações bem completas dos incêndios e queimadas do Tocantins.
O trabalho de prevenção foi realizado por meio de muitas conversas com os moradores da zona rural que receberam cartilhas, produzidas pela Semarh, que continham orientações sobre o fogo. Além do material impresso, foram entregues máscaras de proteção e álcool em gel doados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) e cestas básicas doadas pela Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas).
O trabalho de educação ambiental também foi desenvolvido por meio das redes sociais institucionais da Semarh, e através do Whatsapp Ambiental, que além de divulgar informações sobre o fogo, ainda recebia denúncias sobre queimadas que foram direcionadas aos órgãos competentes.
O secretário da Semarh, Renato Jayme, ressalta que “o Estado busca a cada ano aprimorar as maneiras de atuar no combate as queimadas, desenvolvendo projetos para combater os incêndios e fortalecer as atividades de educação ambiental para a população”. O secretário destaca ainda que “a Semarh atua com diversos parceiros ligados à temática ambiental, e esse ano, mesmo com a pandemia do novo Coronavírus, foi possível realizar um bom trabalho de orientação com o suporte das ferramentas tecnológicas”.
Os 13 municípios que receberam orientações das equipes do projeto foram: Palmas, Pium, Ponte Alta, Paranã, Arraias, Monte do Carmo, Aparecida do Rio Negro, Novo Acordo, Brejinho de Nazaré, Miracema, Miranorte, Paraiso e Porto Nacional.
Boletim Diário
Ainda no primeiro semestre deste ano a Semarh passou a divulgar, através das redes sociais, mensagens de whatsapp e site institucional, os Boletins Diários, que apresentaram para a população os dados consistidos sobre os fatores de risco tais como as variações de temperatura, velocidade do vento e umidade relativa do ar. O informativo foi um importante indicativo sobre os perigos de incêndios no Tocantins.
Os riscos de incêndios foram identificados por cores, sendo: amarelo (Risco Moderado), alaranjado (Risco Alto) e o vermelho (Risco Muito Alto). Todas as informações para a elaboração dos Boletins Diários foram obtidas através do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
Cemaf
O Cemaf atua desenvolvendo trabalhos técnicos científicos para suprir demandas na área de monitoramento ambiental. Uma parceria firmada entre a Semarh e a Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus de Gurupi, possibilitou a implantação do centro, que fornece informações que auxiliam a delimitação efetiva das áreas onde ocorrem incêndios florestais e queimadas do estado do Tocantins.
Fonte: Secom-TO
Foto: Fernando Alves/Governo do Tocantins