Membros da mídia são atacados em ato bolsonarista e autoridades se manifestam

Membros da mídia são atacados em ato bolsonarista e autoridades se manifestam

Socos e pontapés marcaram o dia 3 de maio de 2020, dia em que se comemora o dia Mundial da Liberdade de Imprensa, mas em ato estimulado pelo presidente Bolsonaro em Brasília, na tarde deste domingo, acabou em pancadaria e membros da mídia foram atacados por manifestantes.

O fotógrafo Dida Sampaio do Estadão, e o motorista de sua equipe, Marcos Pereira, foram os primeiros a sofrer violência, que depois se estendeu ao repórter da Folha de S. Paulo Fabio Pupo, que tentou defender o par. O jornalista do Poder 360 Nivaldo Carboni também foi agredido fisicamente. Todos foram retirados do local por uma escolta policial e passam bem, conforme as informações de Brasil de Fato.

Reação de Bolsonaro

Em publicação na manhã desta segunda-feira (4), Bolsonaro disse que o Fantástico, da TV Globo, “se dedicou a ataques ao presidente” na reportagem sobre as agressões de manifestantes a um fotógrafo do jornal O Estado de S.Paulo e que não viu o ato, o que não é verdade, pois no momento das agressões o presidente viu e ironizou o fato “é pessoal da Globo”.

Autoridades repudiam agressões

O líder da oposição na Câmara dos Deputados, André Figueiredo publicou nota: “É inadmissível a agressão por parte de militantes bolsonaristas à equipe do Estadão, principalmente no Dia Internacional da Liberdade de Imprensa. É a violência e a intolerância que vão ganhando força, cria de um presidente que ataca a democracia e se pauta pelo ódio e o autoritarismo”. 

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil  (OAB), Felipe Santa Cruz também publicou nota: “Os limites que existem são os da Constituição, e valem para todos, inclusive e sobretudo para o presidente. A única paciência que chegou ao fim, legitimamente e com razão, é a paciência da sociedade com um governante que negligencia suas obrigações, incita o caos e a desordem, em meio a uma crise sanitária e econômica”.

Em nota à imprensa, a ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, comentou: “É inaceitável, é inexplicável que, no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, ainda tenhamos cidadãos que não entenderam que o papel da imprensa é que permite a nós sermos livres, e que garante a liberdade de expressão, sem a aqual não há dignidade. não há dignidade sem liberdade. E não há liberdade sem sermos informados sobre o que acontece. Esse é um papel que a imprensa cumpre superiormente, por ser seu dever e por garantir a liberdade de cada um de nós”. 

Redação