Perigos da automedicação: Farmacêutica explica risco para quem tem o hábito da ‘farmacinha’ em casa

Perigos da automedicação: Farmacêutica explica risco para quem tem o hábito da ‘farmacinha’ em casa

Foto Raíza Milhomem

Muitas pessoas têm o hábito de ter a famosa ‘farmacinha’ em casa cheia de remédios para sanar dores como de cabeça, costas, garganta, febre, entre outras queixas. Nesta sexta-feira, 5, em que se celebra o Dia do Uso Racional de Medicamentos, a farmacêutica da Secretaria Municipal da Saúde (Semus), Paulina Nunes, explica sobre os perigos da automedicação. Segundo ela, o fácil acesso à internet tem contribuído para isso. “As pessoas descrevem os sintomas e aparecem algumas possibilidades, elas por si só interpretam qual seja a doença e vai em busca do tratamento e isso é muito perigoso”, ressalta. As consequências desse ato podem ser alergias, dependências, intoxicação e até mesmo morte.

Além de não solucionar por completo os sintomas ao utilizar remédios sem a orientação de um profissional da saúde, a pessoa ainda corre o risco de tornar a doença mais resistente, o que, consequentemente, implica na necessidade de utilizar um medicamento mais forte para tratamento correto, como é o caso dos antibióticos. A farmacêutica ainda conta que foi por esse motivo que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tornou obrigatório o receituário médico para aquisição destes produtos.

Outro ponto a ser levado em consideração dos perigos de se automedicar é a interação dos remédios com outros fármacos, com bebidas alcóolicas e chás, plantas naturais e até alimentos. Existem medicamentos que não devem se misturar porque um reduz a funcionalidade do outro e a bebida alcóolica, por exemplo, é sempre contra indicada. “Em relação aos alimentos, algumas combinações podem ser benéficas como sulfato ferroso (ferro) que é indicado tomar após a ingestão de sucos que tenham vitamina C como limão, laranja ou acerola porque ajuda na absorção do ferro. Já tem outras interações que são indesejadas”, esclarece Paulina.

A alta dosagem também contém riscos. Ela pode acontecer com um elevado consumo de um medicamento ou a ingestão de vários comprimidos distintos, normalmente o organismo não suporta esse doseamento, o que gera uma intoxicação. A farmacêutica explica que nestes casos o paciente apresenta manchas vermelhas pelo corpo, inchaço na boca, rosto e extremidades, sonolência, desmaios, entre outros sintomas. “O acompanhante ao perceber esses sinais deve levar a pessoa urgente à uma unidade de saúde, pronto atendimento ou hospital para evitar complicações ou agravamentos”, ressalta.

Farmácias municipais

Em Palmas, os farmacêuticos da rede municipal da saúde são orientados a entregar somente a dosagem prescrita no receituário médico do paciente. Essa instrução é para educar os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) a ter o tratamento completo, mas sem sobrar comprimidos para posteriormente ele fazer uma automedicação ou indicar/doar para outras pessoas. 

Descarte de medicamentos

Fármacos vencidos ou que sobraram de algum tratamento não devem ser descartados em pias, vasos sanitários ou lixo comum, a Semus orienta a população a levar estes medicamentos para as farmácias municipais. Lá os profissionais vão avaliar quais estão dentro da data de validade para reaproveitamento, se assim possível, e os demais serão feitos o descarte correto. 

Redação