Preço da cesta básica sobe na maioria das capitais no primeiro semestre

Preço da cesta básica sobe na maioria das capitais no primeiro semestre

Em um ano, alta vai até 30%. Segundo o Dieese, o salário mínimo necessário para as despesas com alimentos básicos deveria ser R$ 5.421,84. Ou 4,93 vezes o piso nacional

De maio para junho, o preço médio da cesta básica aumentou em oito capitais e caiu em nove, segundo informou o Dieese nesta terça-feira (6). No primeiro semestre, foram 10 altas em um total de 17 cidades. E na comparação deste mês com igual período e 2020, o custo cresceu em todas as capitais.

Apenas no mês passado, as maiores altas foram apuradas em Fortaleza (1,77%), Curitiba (1,59%) e Florianópolis (1,42%). E as quedas, em Goiânia (-2,23%), São Paulo (-1,51%), Belo Horizonte (-1,49%) e Campo Grande (-1,43%).

Cesta e salário mínimo

De janeiro a junho, os aumentos variaram de 1,24% (Fortaleza) a 14,47% (Curitiba). A principal queda foi em Belo Horizonte (-6,42%). Na comparação com junho do ano passado, as altas vão de 11,17% (Recife) a 29,87% (Brasília). Em São Paulo, 14,58%.

De acordo com o Dieese, a cesta básica mais cara em junho foi a de Florianópolis: R$ 645,38. A de menor valor foi calculada em Salvador (R$ 467,30). Com base na primeira, o instituto calculou em R$ 5.421,84 o salário mínimo necessário para as despesas básicas de um trabalhador e sua família. Isso corresponde a 4,93 vezes o mínimo oficial (R$ 1.100), proporção maior que a apurada em maio (4,86).

Mais da metade da renda

O tempo médio para adquirir os produtos da cesta caiu sete minutos, para um total de 111 horas e meia. Já o trabalhador remunerado pelo mínimo comprometeu 54,79%de sua renda para comprar os alimentos básicos. Esse percentual quase não se alterou em relação a maio (54,84%).

Entre os produtos, em junho o litro do leite integral subiu em 16 capitais e o da manteiga, em 12. “A baixa oferta de leite no campo e os altos custos de produção elevaram os preços dos derivados no varejo”, comenta o Dieese.

Por sua vez, o açúcar aumentou em 15 capitais. “A menor produtividade nos canaviais brasileiros e o bom desempenho nas exportações explicam a elevação dos preços.”, diz o instituto. Já a carne bovina de primeira teve alta em 14 cidades. “A forte demanda externa chinesa, os altos custos de produção e a oferta enxuta de animal para abate são os motivos do aumento.”

Óleo de soja aumenta, batata cai

O preço médio do óleo de soja foi mais alto em 14 capitais. “Apesar do recuo nos preços da soja, devido às desvalorizações do dólar e à menor demanda de óleo para produção de biocombustível, no varejo, o produto seguiu em movimento de alta”, afirma o instituto em sua análise.

Pesquisada no Centro-Sul, a batata teve diminuição de preço em nove de 10 cidades. “A redução de custos foi causada pelo aumento na oferta e a menor demanda.” O preço da banana caiu em 14 capitais: “Com o frio, o ritmo de colheita da banana nanica diminuiu, o que acabou reduzindo a intensidade da queda de preços dos meses anteriores. A oferta da banana prata aumentou e as cotações baixaram”. Com “demanda interna enfraquecida”, o preço do quilo do arroz recuou em 12 capitais.

Fonte: Cut

Redação