Quilombo Dona Juscelina de Muricilândia celebra o 49º Festejo da Abolição

Quilombo Dona Juscelina de Muricilândia celebra o 49º Festejo da Abolição

Com o lema ‘Minha história não é de ter fim’ a comunidade homenageia a eterna matriarca que faleceu em julho de 2021

Por Maria do Carmo Ribeiro, estudante de Jornalismo

A Comunidade Quilombola Dona Juscelina, da cidade de Muricilândia, Tocantins, celebra o 49º Festejo da Abolição, no período de 12 a 14 de maio de 2022. Dentro da programação está a realização do VIII Seminário de Cultura Afro-brasileira e Quilombola, sob o tema ‘Força matriarcal quilombola: Ancestralidade e Memória’. O lema com a frase ‘Minha história não é de ter fim’, vem em memória da eterna matriarca, Dona Juscelina, que faleceu em 03 de julho de 2021, aos 91 anos de idade.


Durante todo o ano a comunidade juntamente com as escolas se mobilizam com o objetivo de cada vez mais compreender a Cultura do Quilombo, sua história e a importância da ser uma referência da cidade, tanto para o meio escolar, quanto para as demais classes sociais local e regional, inclusive, as universidades.


Neste ano de 2022, dentro da programação geral, além do Seminário estão também a realização de palestras voltadas para diferentes temáticas associadas às histórias de lutas da comunidade, bem como suas conquistas junto aos mais importantes espaços sociais. Na programação ainda terá lançamento de livros e a pré-estreia do filme nacional, Pureza.


Mobilizações sociais como alvorada, cortejo pela cidade e o tradicional teatro da abolição, além de show com cantores da própria comunidade e local, também fazem parte da dinâmica de realização do Festejo que já é considerado um dos maiores eventos do Estado do Tocantins.

Matriarca

Lucelina Gomes dos Santos, ou simplesmente, a eterna matriarca dona Juscelina, nasceu na cidade de Nova Iorque, estado do Maranhão, em 24 de outubro de 1930. Neta de uma cativa, era também benzedeira, devota e romeira de Padre Cícero Romão do Juazeiro e do Divino Espírito Santo, também tinha promessa com Santos Reis, foi lavradora, parteira, quebradeira de coco e griô, presidindo o Conselho de Griots da Comunidade desde a fundação.