Trabalhadores que perderam seus empregos ficam desassistidos e procuram saída durante pandemia
O mundo agora enfrenta uma luta intensa contra o novo coronavírus, o inimigo invisível surgiu, se espalhou e a totalidade dos seus danos ainda é incerta.
A chegada da Covid-19 no Brasil acentuou mazelas sociais, políticas e culturais já existentes no país, a situação “inesperada” colocou a grande parte do povo em vulnerabilidade, principalmente a classe trabalhadora.
Medidas foram tomadas, entretanto as mesmas não chegam para todos, o descontrole e a desorganização do governo resultam em desamparo, ausência de renda e proteção da população pobre.
Os programas de redução de danos, o auxílio emergencial, até mesmo cestas básicas não contemplam a todos que precisam.
No Tocantins a situação não é diferente, pessoas ainda estão desassistidas pelo Estado, que é o caso de funcionária do lar, Édina Marques, “Eu trabalhava como doméstica, mas fui demitida por causa do coronavírus, estou sem trabalho agora, tentei fazer o auxílio, mas não tive resposta até então, tenho duas filhas para criar, eu sozinha, estou precisando de um serviço para eu trabalhar, sem renda nenhuma, não sei como vou sobreviver neste período, até acabar essa pandemia daqui até lá eu já morri de fome com minhas filhas”, relatou ela.
A situação de Édina não é única. Referente a isso, a assistente social e professora Gislene Ferreira destacou o que deve ser feito nestas circunstâncias, “As pessoas que estão em situação de fome, desemprego ou qualquer outra situação, devem, em um primeiro momento, entender que o Estado é responsável pela proteção social da população e, a partir daí, procurar os CRAS da sua região, as Secretarias Municipais de Habitação, de Saúde, Educação e demais secretarias. Em situações específicas, devem buscar também a Defensoria Pública e o Ministério Público”, explicou.
A exploração do capitalismo sobre a classe trabalhadora assim como as desigualdades não é algo que surgiu com o coronavírus, no entanto o atual cenário faz com que patrões e empresários usem da crise para adotar práticas abusivas. “O setor empresariado está se valendo da flexibilização das leis trabalhistas, realizando demissões e acordos degradantes para o trabalhador, esse é um momento que exige luta e resistência para garantir os direitos dos trabalhadores e acesso aos serviços das políticas sociais em sua totalidade” pontuou a assistente social.
Para as pessoas em vulnerabilidade é importante exigir do Estado, notificando a situação para que medidas sejam tomadas com imediatismo.
Édina mora em Palmas, trabalha como funcionária do lar e está à procura de um emprego, caso alguém queira ajudar entrar em contato com o email: [email protected]
Foto: Marcos de Paula