Três anos sem resposta: Movimento de Direitos Humanos cobra conclusão das investigações no caso da “chacina de Miracema”

Três anos sem resposta: Movimento de Direitos Humanos cobra conclusão das investigações no caso da “chacina de Miracema”

Por Ascom MedhTO

O Movimento dos Direitos Humanos e Ambientais no Tocantins (MEDHTO) e familiares de vítimas protocolou na Secretaria de Segurança Pública (SSP-TO) e no Ministério Público do Estado (MPE), nesta quarta-feira, 05, às 14h, o documento cobrando a conclusão imediata das investigações penais no caso conhecido como “Chacina de Miracema”. Os crimes completaram, nesta quinta, três anos que Maria do Carmo, aguarda pela punição dos responsáveis que assassinaram seu esposo e o seus dois filhos.

A coordenadora do MEDHTO, Maria Vanir Ilídio, explica que a família espera por uma solução urgente. “Estamos acompanhando o caso e queremos uma resposta do poder judiciário, para além de fazer justiça, proporcionar segurança e conhecimento do motivo da execução para a família das vítimas”.

Para a viúva, Maria do Carmo, a lentidão na tramitação de processos judiciais deixa a família apreensiva que clama pelo encerramento do caso. “O que eu quero mesmo é justiça,  encerramento do caso, porque não existe crime sem solução, ainda mais de um crime como aconteceu com meu véio e meus filhos”.

Cobrança

Este protocolo nos órgãos competentes é para reforçar a solicitação feita dia 14 de dezembro do ano passado, quando a SSP-TO e o MPE foram notificados com o pedido do MEDHTO, mas até o momento nenhum esclarecimento foi dado aos familiares. Na época, a Chacina que ganhou grande repercussão a nível local e nacional terminou com a morte de seis pessoas em circunstâncias violentas na noite do dia 04 e madrugada do dia 05 de fevereiro de 2022.

Diante do acontecimento, o MEDHTO requer dos órgãos competentes, a apuração rigorosa dos fatos narrados, da tortura e assassinato por parte dos agentes estatais envolvidos; Que sejam adotadas medidas para reparar integralmente as violações de direitos humanos e compensar economicamente as famílias das vítimas, sobretudo a viúva e as crianças que ficaram órfãs; Dar suporte às famílias das vítimas com atenção à saúde física e mental, bem como aluguel social enquanto estiverem morando fora da cidade; e também adoção de medidas para proteger os familiares e testemunhas ameaçadas.

O caso

A “Chacina de Miracema”, aconteceu após o assassinato do 2º sargento da Polícia Militar, Anamon Rodrigues de Sousa, o principal suspeito, Valbiano Marinho da Silva, foi executado em casa na presença de sua irmã, deficiente física, e de crianças. Poucas horas depois, seu pai e irmão, Manoel Soares e Edson Marinho, foram levados à delegacia, onde 15 homens encapuzados invadiram o local e os mataram a tiros, rendendo os policiais de plantão.

Na mesma madrugada, os corpos dos jovens Aprígio Feitosa da Luz (24), Gabriel Alves Coelho (18) e Pedro Henrique de Sousa Rodrigues (21), foram encontrados em um terreno afastado, com sinais de tortura e execução, apesar de nenhum deles ter antecedentes criminais.

Desde então, as famílias das vítimas enfrentam abandono psicológico e material, além de ameaças que forçaram sua saída de Miracema. O caso levanta graves questões sobre a atuação policial, violações de direitos humanos e a insegurança das vítimas sob custódia do Estado.

Redação