Uma chapa negra e de trabalhadores: candidata a governadora Karol Chaves e Vice Silvio De Sousa do (PSOL)

Uma chapa negra e de trabalhadores: candidata a governadora Karol Chaves e Vice Silvio De Sousa do (PSOL)

Por: Natália Rezende

A corrida eleitoral no Tocantins conta em 2022 com uma chapa 100% negra. A candidata à Governadora Karol Chaves e o Vice-Governador Silvio de Sousa, ambos do (PSOL), concorrem pela Federação PSOL/Rede ao Governo do Tocantins.

Karol Chaves tem 41 anos e é a única mulher negra a ser candidata a governadora do estado. A advogada é especialista em direitos das mulheres e pessoas LGBTIs, estudos latino americanos pela (ENFF/UFJF) e mestre em desenvolvimento regional pela UFT. Ela é natural de Osasco (SP), cresceu no Maranhão e veio para o Tocantins com 11 anos de idade, estando há 30 anos na capital mais nova do Brasil, Palmas (TO).

Vice-Governador Silvio de Sousa

Já o vice, Silvio de Sousa tem 50 anos de idade e é natural de Miracema do Tocantins (TO). Ele é líder comunitário e profissional da construção civil no setor de assistência técnica elétrica, e residente na quadra 307 Norte, em Palmas (TO).

MAIS SOBRE KAROL CHAVES

Infância e estudos

Ao contar sobre a sua infância, Karol afirma que era curiosa desde pequena e que gostava muito de ler. E frutificaram os logros de sua dedicação à leitura, estudo e trabalho: há 10 anos é advogada, além de pesquisadora, professora, educadora popular e ativista dos Direitos Humanos.

“Família para ela é afeto e desafio”

A advogada sente que a relação com sua família evoluiu com o passar do tempo. “Foi tudo muito difícil para mim, principalmente no momento de dialogarmos sobre a minha orientação sexual, mas isso mudou com o olhar amoroso deles. Hoje sinto que me respeitam e compreendem” revela.

Ainda segundo Karol, seus pais e irmã são as pessoas mais importantes de sua vida. “Desejo amparar a velhice dos meus pais. Eles já precisam de mim em alguns aspectos, e como qualquer filha eu quero muito contribuir no que for possível”.

Maternidade e maternagem

Com a inserção na esfera política, a advogada já se vê questionada de várias maneiras sobre o desejo de ser mãe. “As pessoas me perguntam porque participar de uma campanha agora. Sim, e eu digo que adiei um pouco o sonho da maternidade e maternagem para ser uma mulher negra e lésbica que vai escrever uma nova história para as pessoas do Tocantins”, disse.

Direitos humanos, movimento feminista e a defesa das mulheres e pessoas LGBTQIA+

Nos anos de 2011 a 2012, ela passou a frequentar um grupo feministas “Dina Guerrelheira”, no Centro de Direitos Humanos de Palmas tendo ampla participação no encontro estadual feminista do Tocantins. “Mobilizamos muitas mulheres indígenas, quebradeiras de coco, e outras. Então, foi aí que eu passei a discutir violência contra as mulheres, e nunca mais parei”.

Desde 2018, atua na defesa das mulheres que são vítimas de violência de gênero, seja sexual, doméstica e intrafamiliar, obstétrica e também atual como educadora nos cursos oferecidos pela Rede de Mulheres Negras no Combate à Violência, e na formação em Direitos Humanos nesses segmentos.

Fez parte de vários coletivos, incluindo “Lesbitoca” e Brejo. E, atualmente, constrói nacionalmente a rede Candaces – Rede Nacional de Lésbicas e Bissexuais Negras Feministas e a Articulação de Mulheres Negras Brasileiras – AMNB.

Militância também é estudo

Para Karol, militar é a luta popular. “Isso é um dos preceitos dos movimentos populares: temos que continuar estudando, temos que lutar e trabalhar pela mudança do mundo. Eu nunca deixei de fazer as três coisas”.

Movimento de Mulheres Negras

Para ela existe uma máxima dentro do movimento de mulheres negras que é “nada sobre nós, sem nós”. Não se trata apenas, conforme a candidata de uma política de representatividade, mas de uma política de presença. “A gente só acredita que possa haver mudança pela presença em espaços, não apenas pela representação.”

Inspirações

Além da mãe da advogada, são referências políticas para ela as mulheres do MST e PSOL, organizadoras dos movimentos feministas, dona Maria Quebradeira de Côco, Dona Juscelina, e as políticas Marielle Franco, Talíria Petrone, Sâmia Bonfim, e Laina Crisóstomo, Erika Hilton, Monica Seixas e Vivi Reis.

Perfil político da Karol Chaves

Advogada feminista, especialista em direitos das mulheres e pessoas LGBTIs, Karol Chaves é graduada em Direito pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), especialista em Estudos Latino-americanos pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e mestre em Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal do Tocantins (UFT).

Karol é ativista da Rede Candaces e integrante da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia.

Atualmente trabalha como advogada e também compõe a direção do Centro de Direitos Humanos de Palmas (CDHP).

Graduou-se em direito em 2004 e trabalhou na iniciativa privada até 2007.

De 2009 à 2012, exerceu cargos públicos no poder executivo e na Defensoria Pública.

Em 2013, passou a advogar e trabalhou no Sindicato dos trabalhadores em educação de Goiás/SINTEGO, em Goiânia.

Conselheira do Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres 2014 a 2016.

Em 2014, trabalhou como advogada no Centro de Referência em Direitos Humanos de Palmas.

Durante os anos de 2015 a 2017 – se dedicou ao mestrado.

Em 2017, ela voltou a advogar atuando especialmente para mulheres, pessoas LGBTIs e segue até o momento.

Em 2018 passou a integrar o Programa de Pesquisa e Extensão Igualdade Étnico Racial e Educação, bem como o Programa Direito e Gênero e o Observa-TO.

Foi professora convidada da UFT no curso de Direito de 2015 a 2019.

Integra a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia – ABJD e é associada da Escola Brasileira de Direitos das Mulheres – EBDM.

Weslene Rocha