Velhos amigos, Dimas e Carlesse devem caminhar juntos novamente

Velhos amigos, Dimas e Carlesse devem caminhar juntos novamente

A visita da prefeita de Gurupi, Josi Nunes, ao prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues, representa bem mais que um ato institucional. O encontro entre os pupilos de Carlesse e Dimas joga luz sobre o retorno de uma antiga aliança política.

A dobradinha entre Mauro Carlesse e Ronaldo Dimas deve se repetir em 2022, mas um pouco diferente do que foi em 2018. Àquela época, Dimas ainda era prefeito de Araguaína e hipotecou na cidade a candidatura do desconhecido Mauro Carlesse, ao governo do estado. Foram trocas de elogios e afagos públicos, além de garantias de governabilidade entre o Araguaia e o paço municipal.

Tudo sob as benções de Eduardo Gomes.

Veio a eleição. Carlesse ganhou no Tocantins, mas perdeu na Araguaína, que Dimas dizia ser sua. O colombiano Carlos Amastha teve 50% dos votos no município.

O fraco resultado na capital econômica do Tocantins azedou a relação, pondo fim à lua de mel.

Dimas, já ambicionando a cadeira que Carlesse acabara de sentar, disparou sua metralhadora giratória, arma de que faz uso contumaz, e declarou guerra ao antigo aliado. Tudo sob as benções de Eduardo Gomes.

O tempo passa, o mandato de Dimas chega ao fim. Já Carlesse, é afastado pela justiça sob diversas acusações de corrupção, em outubro de 2021.

Wanderlei Barbosa assume o Palácio Araguaia.

O novo governador assume fazendo uma verdadeira faxina, defenestrando toda turma de Carlesse. Ao mesmo passo, Wanderlei colocou o pé na estrada, iniciou um diálogo com lideranças políticas de todo o estado e com importantes categorias profissionais. Varreu pra dentro, como se diz na política.

O bom desempenho de Wanderlei acendeu o alerta vermelho na já apequenada pré-candidatura de Dimas. Ronaldo mandou Tiago desligar o vídeo game e ir à tribuna atacar a gestão do governador interino. Ronaldo está ciente que para tentar derrotar o ocupante do Araguaia vai precisar mais que filiar ex-deputados e ex-vereadores.

Já é tido como certo que, caso Eduardo Gomes deixe Dimas ser candidato ao governo, Mauro Carlesse estará na chapa, concorrendo ao senado.

Vale lembrar que, para ser candidato, Carlesse deve renunciar ao mandato de Governador antes que a Assembleia Legislativa aceite e instaure o processo de impeachment.

Fábio Coêlho