Entrevista: Karol Chaves (PSOL) uma mulher comum para mudar histórias

Por: Natália Rezende

“Eu sou uma mulher muito comum e a acredito que a política também é para pessoas do povo, como eu. Acredito que a coragem que tenho agora de me candidatar para o governo do Tocantins é a mesma que a maioria das mulheres possuem em seus cotidianos. Eu não sou mãe ainda, mas eu sei que para isso é necessário coragem, pois educar uma criança, criar um ser para o mundo é uma tarefa muito difícil. Então, quando surgiu a oportunidade eu pensei ‘porque não’?”, revelou Karol Chaves (PSOL) em uma entrevista sobre a sua candidatura ao cargo de governadora tocantinense.

A advogada conversou conosco sobre sua vida pessoal, os anos de militância, a política e a ampla atuação em diversas áreas dos Direitos Humanos. Karol relembrou da atuação direta na formação do PSOL ao ajudar colher assinaturas para a criação do mesmo. Segundo a candidata, o partido passa por um período de reestruturação no Tocantins e deseja nas Eleições de 2022 reforçar ainda mais as suas pautas políticas.

Representatividade

Disputando o Governo do Tocantins, Karol é a única mulher a compor uma chapa 100% negra. Ela afirmou que representatividade também consiste em ocupar espaços, e que a sua candidatura é a oportunidade de uma mulher negra e lésbica estar como uma opção à esquerda.

“Não sou uma mulher padrão. Sou uma mulher, negra, lésbica, e que mora na periferia. Sou a primeira pessoa que teve a oportunidade de estudar e se formar em meu núcleo familiar. Para estar aqui, eu fui forçando as portas e aprendi isso com o movimento de mulheres negras, com as pessoas simples com as quais convivo, as mulheres que eu atendo, com as quais estudei e as mulheres de minha família”.

Pautas Políticas

“O chamado do partido para minha candidatura deu lugar ao que também é a cara do PSOL, uma mulher que se forjou na luta dos movimentos sociais, formada pela Escola Nacional Florestan Fernandes, e atuante em grupos de pesquisa e extensão da universidade que debatem gênero, etnia, raça, igualdade e educação. Defendo as pautas das mulheres, as feministas, das pessoas negras, indígenas, quilombolas e LGBTIQAP+, e não seria diferente agora. Seria incoerente da minha parte recusar a proposta, já que sempre defendi mais mulheres negras na política. No fundo, sabia que no movimento de mulheres negras e LGBTIs eu teria apoio, e tenho sentido isso nos encontros.”, afirmou a candidata.

Mulheres contra Bolsonaro

A advogada relembrou a atuação que as mulheres do PSOL tiveram nas últimas eleições presidenciais contra o governo extremista de direita, com o movimento #EleNão, movimento que avançou no partido e, em 2022, se intitula Mulheres contra Bolsonaro. “Sabemos que esse tipo de governo, traz retrocessos que afetam diretamente a classe trabalhadora e as mulheres. Pois quando há qualquer retrocesso, são os nossos direitos que são retirados primeiro. Então, somos nós mulheres que vamos estar na linha de frente para mudar esta situação.”

PLANO DE GOVERNO

O plano de governo de Karol Chaves (PSOL) e do vice Silvio dos Santos (PSOL) possui cinco eixos para o Tocantins, dentre as propostas estão ideias inovadoras nas áreas de economia, trabalho e renda; ampliação dos direitos sociais; Direitos Humanos e combate às opressões; meio ambiente, crise climática, e transição energética; e finalizando democracia, instituições e relações internacionais.