Instituição Fiscal Independente alerta para piora do risco fiscal

Instituição Fiscal Independente alerta para piora do risco fiscal

Novo relatório divulgado pela Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado, alerta para aumento do risco fiscal. Políticas que buscam retorno eleitoral e geram piora da percepção sobre o risco fiscal criam cenário de incerteza para 2022, diz o relatório de acompanhamento (RAF) da instituição do mês de agosto. A expectativa da IFI é de desaceleração no crescimento para o próximo ano.

“A atenção da IFI será redobrada, neste contexto de maior risco fiscal, na presença de medidas que podem abalar o arcabouço de regras fiscais vigentes, com efeitos relevantes sobre a inflação, os juros, a taxa de câmbio, o crescimento econômico e a dívida pública”, aponta o relatório.

Segundo o RAF, a piora na percepção sobre o risco fiscal é intensificada pelas discussões sobre o Novo Refis e sobre a criação do Auxílio Brasil, que deve substituir o programa Bolsa Família, prevista na MP 1.061/2021. Além disso, o relatório cita como razão para o aumento no risco fiscal a chamada PEC dos Precatórios (PEC 23/2021). Com a PEC, o governo busca compatibilizar o pagamento de precatórios (dívidas da União reconhecidas em ações judiciais) com o teto de gastos, que limita o crescimento da maior parte das despesas à inflação do ano anterior.

O diretor executivo da instituição, Felipe Salto, aponta como um dos dados mais importantes do relatório o aumento dos juros precificados na chamada curva a termo. O relatório mostra que a remuneração de um título com prazo de um ano subiu de 6,7% em junho, para 7,5% em julho e 7,8% no início de agosto. O movimento, segundo o RAF, representa um aperto nas condições de financiamento, com prováveis efeitos negativos sobre a atividade econômica e a dinâmica da dívida/PIB.

“Os juros precificados na chamada curva a termo estão elevados e aumentando; e em todos os prazos. O efeito na dívida pública será relevante. O risco fiscal materializa-se”, alertou Salto por rede social. Esse risco, alerta o relatório, dificulta a tarefa do Banco Central de controlar a inflação.

Fonte: Agência Senado

Fábio Coêlho