Quilombo Dona Juscelina de Muricilândia realiza o Teatro da Abolição neste dia 13 de Maio

Quilombo Dona Juscelina de Muricilândia realiza o Teatro da Abolição neste dia 13 de Maio

Por Maria do Carmo Ribeiro

Com o lema ‘nossa luta é ancestral’ a cidade de Muricilândia se junta à Comunidade Quilombola Dona Juscelina para a realização do 50º Festejo do Quilombo de 2023

A Comunidade Quilombola Dona Juscelina, localizada na cidade de Muricilândia, região Norte do Tocantins, está realizando o 50º Festejo do Quilombo e, nesse dia 13 de maio, a população se mobiliza para acompanhar o Teatro da Abolição, considerado o grande momento do evento. A apresentação acontece no meio da rua e retrata a luta dos escravos pela sua liberdade.

Durante toda semana, várias atividades já foram realizadas dentro de diversos segmentos: pedagógicos, sociais, políticos, religiosos, culturais que retratam todas as tradições implantadas e defendidas por Dona Juscelina, a eterna matriarca do Quilombo, que faleceu em 03 de julho de 2021, aos 91 anos.

Para ela, como sempre falava, lutar por liberdade, não é uma questão de ser importante, mas uma contínua necessidade não só dos negros, mas dos pobres, das mulheres, dos indígenas, das pessoas velhas, deficientes, analfabetos, nas mais diversas gerações e ela via na juventude a certeza da continuidade do seu projeto, das ideias e do que era melhor para o povo.

CONTEXTO HISTÓRICO

Muricilândia hoje é uma cidade, mas tudo começou com a chegada dos primeiros moradores, liderados pelo saudoso João Paulino, em 20 de agosto de 1952. A partir de então, a luta foi constante para que aquele lugarejo pudesse acolher mais famílias, crescesse e melhorasse as condições de vida delas.

Aos poucos, novas famílias iam chegando e entre elas, a Família Gomes dos Santos, representada pelo casal Cristino e Juscelina e que em 1962 se instalou naquela pequena Vila. Juntos tiveram forças para mais tarde implantarem os projetos que já eram tradições nas regiões onde moraram.

Ela logo se juntou também a João Paulino e outros moradores para discutirem ações e irem em busca de melhores condições de vida para as demais famílias.

Mesmo com muitas lutas e buscando meios de melhorias, mas somente em 1968 que Juscelina começou as festas em comemoração ao treze de maio. Segundo ela contava que foi depois que se sentiu mais segura, com a força das parcerias que lhe ajudavam pensar, criar novas ideias e implantar os projetos.

Neste ano, o Quilombo realiza o seu 50º Festejo, na perspectiva de sempre lembrar que resistir sim, desistir jamais, pois Juscelina morreu, mas seus ideiais estão presentes na mente, no coração e nas ações da sua Comunidade.

Redação